segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A melhor forma de sumir

Ao ver que tudo havia acabado, senti um frio em minha espinha. Minhas mãos gelaram e meu coração saltitava tanto que só conseguia ouvi-lo. Em minha cabeça passou mil cenas de dores futuras e comecei a ficar sem ar. Como viver sem algo que você sempre cultivou? Não sei, mais eu havia de achar uma solução rápida, e mais do que isso... Eu precisava sumir. Não, eu não queria me despedir, admito que sou fraca e louca. Suas palavras permanecem intactas em minha cabeça, palavras essas que cortaram meu coração de gilete, e os pedaços foram jogados no álcool. Eu pensei em junta-lo novamente mais vi que não valia mais à pena. A solução era sentar e chorar, quer dizer, preferia solucionar apenas morrendo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A estação me esgotou...

A leve brisa alisa meu rosto nesta primavera, como se quisesse levar um pouco de minha beleza. Sinto-me como se estivesse sendo sugada, como se algo que me cerca estivesse levando todas as simplórias forças que restavam-me. O vento esta impiedoso nesta tarde, quase que arrastando-me com ele. As folhas velhas da estação caem secas... como eu. O vento alvora meus negros cabelos, fazendo com que alguns até venham em minha boca. Derrepente começa a chover no velho parquinho, a chuva lava meu rosto e consigo sem permissão leva minhas lágrimas. Meu rebelde peito começa a tremer, fazendo com que a camiseta encharcada também trema. Meus pés esfarelam as folhas, enquanto meus olhos inundam-se. Passo a lingua sobre meus lábios, umidecendo-os ainda mais com a saliva. Meu rosto estava completamente borrado e preto... Consequência do forte lápis. Sinto forças passarem por mim, acalentando-me, como se eu fosse uma criança que acabara de se perder dos pais. Sento-me no velho banco de madeira, milhares de fotos passam em minha mente, trazendo-me a infância calorosa e esquecida. Deito-me cautelosamente no mesmo e fito o céu com os olhos embaçados. Fecho-os e ali adormeço, esperando a primavera ir embora, para trazer novamente as minhas forças que estão esgotadas, as unicas...